outubro 07, 2013

Precipício

Talvez quando se esta a beira do precipício a ponto de jogar-se sem pensar no depois, porque o agora lhe pesa o suficiente para não te deixar raciocinar, talvez seja o momento de efetivamente pular. Porque não se sabe ao certo o tamanho do buraco que nos espera. E quem sabe talvez ele seja raso, e nós, frágeis em nossas feridas, acreditávamos que não tinha fim. Mas ele tem. Porque por mais fundo que seja, nada existe sem chão. E se algo lhe trouxe até a beira do seu limite, talvez sirva para demonstrar que no fundo seu limite era raso de mais. E arriscando atirar-se, veras que o que muito lhe afligia, não passava do impulso para um fortalecimento interior. De corpo e alma, mente e coração. 

agosto 11, 2013

Minha auto demissão

Para começar a dissertar sobre o que quero falar, primeiro existe um quesito a ser preenchido: Horas, dias, noites e, até mesmo, finais de semanas de pura ilusão.
Mas que ironia, fui alem disso, vivi meses. Então, sob minha concepção, tenho total autoridade sobre "o assunto".

A moça sempre se faz de doce, na expectativa de que quem prove, venha se apaixonar pelo sabor. Mas doce é só para ocasiões. Então ela percebeu que precisava mesmo era ser salgada, amargar e, então, antes de querer agradar o outro, ela tenha que se sentir agradada e suficiente para si mesma. Ela também tentava de todas as maneiras parecer politicamente correta. Nada de se desvirtuar. Conceitos e preceitos, tudo em seu devido lugar. Morava dentro de uma bolha de script, tudo milimétricamente redigido. Mas que ironia, todas as situações sempre saiam fora do seu roteiro. Pobre moça. Isso sempre lhe rendia indignação por nada sair como planejado. Porém, o que ela nunca entendia é que não existe como controlar o lado que a moeda vai cair, e o outro protagonista da história não se importa se ela esperava que ele desempenha-se um bom papel. 
E de parceiros em parceiros de cenas. Alguns repetidos, outros descartados e, até mesmo, contratados. Nenhum desempenhou um bom papel. No final o que restava eram curtas sem finais felizes, filmes sem sentidos e, uma meia duzia de roteiros jogados no lixo. E a moça não consegui entender porque nenhum daqueles abraços se encaixava com o seu. Sera que o problema estava com ela exigir de mais, ou eles se esforçarem de menos. Duvida.

Exigência ou não. Agora tanto faz. A pobre moça, diretora da própria vida, pediu as contas. Rasgou todos os roteiros, jogou  cenários fora e, de uma hora para outra, resolveu viver sem programação, expectativa, ou qualquer coisa que faça com que ela espere um bom desempenho de alguém. Agora ela só quer o seu próprio desempenho, seu próprio sorriso, e sem esperar que se sinta aquecida pelos braços de alguém. Já que agora suas próprias roupas lhe sevem, e ela não precisa mais pedir abrigo.

E talvez, hoje, depois de muitas tentativas, a moça esteja se tornando uma mulher, da qual só agora consiga entender que não adianta planejar ou escrever, a vida é que se encarrega de redigir as cenas. E apenas cabe a nós vivermos sentindo-se completos por si só, sem depender da fala de ninguém para completar uma cena, por que se a pessoa do outro lado errar, a gente não se frusta por não saber terminar a história. E então só assim, quando formos protagonistas por inteiro, sem amparo de ninguém, a vida nos conceda alguém que também se sinta assim e, se encaixe perfeitamente na cena. Sem erros, cortes ou repetições. Apenas algo natural, sem precisar de ensaios. Porque quem muito ensaia, não sabe a fala, apenas reproduz o que já fez muitas vezes, e não consegue entregar-se por inteiro.   

agosto 04, 2013

Luxo

É engraçado o modo como distribuo sorrisos a espera de que alguém retribua o de volta. E quando isso acontece, quase que instantaneamente, fingo não perceber. Porque na verdade eu queria o seu sorriso, não o de rostos estranhos e sem precedentes. Mas, telo seria exigir de mais. Quase um luxo. Afinal, eu o tive nas mãos e não me senti contente. Exigi mais do que você poderia me dar. Já que para você tudo era novidade, e eu não soube compreender seu tempo.

agosto 03, 2013

Sua escolha

Querido, a diferença entre eu e “elas”, suas companheiras de noites vazias e sentidos esvaídos, mesmo que muito evidente, faço questão de te falar. Se fosse para escolher momentos ou histórias, eu preferiria história. Porque gosto de ser protagonista, seguir e reinventar o roteiro. Brigar com você – O diretor  –  e provar que o ultimo capitulo não precisa ter ponto final. Já elas se contentam em ser figurantes, com meia dúzia de palavras aleatórias. Também permitem – se 3 passadas de mão por todos os seus corpos a deriva. Em quanto eu me cubro de receio, e só te deixo provar dos meus olhares. Porque olhares valem mais que minhas curvas, já que curvas mudam, e meus olhos permanecem. 

Duas Portas

Aprendi te observando que existem portas de acesso diferentes entre nós. Eu te procuro por impulso, entre inquietação, e uma dose de arrependimento logo em seguida. Você vem a mim diretamente e sem rodeios, como quem quer de imediato e prefere não pensar no depois. Porque se o depois guardar algo para nós, você prefere fingir que não sabia, enquanto eu necessito ter conhecimento de todo o roteiro.

agosto 02, 2013

Raso

Para quem não consegue se jogar acreditando que existe segurança em baixo, sempre vai ficar no raso. Já que no raso se pode ver o chão que pisa. E para alguém como você, que nunca voou, o chão vai ser sempre a primeira opção.